terça-feira, 28 de setembro de 2010

“JOGO DE CENA” - CINEMA PARA OUVIR




Sempre pensei que documentário é aquele tipo de filme em que nos dispomos a acreditar, pois o que veriamos seria a mais pura realidade, porém editada. Confesso que esse estilo de filmes não me chamavam muito a atenção, pois era só eu ler a descrição “documentário” já torcia o nariz, por puro pré-conceito mesmo ou talvez pelo fato das experiências anteriores com este gênero não serem muito agradáveis, pois associava a documentário, uma gama de imagens sobre determinado assunto real com uma voz em “off” ou a presença de um narrador imparcial expondo sobre determinado assunto. Enfim, eis que acabo de assistir a “Jogo de Cena” de Eduardo Coutinho, o que muda radicalmente este meu pensamento, e que de certa forma me levará a procurar mais sobre documentários. JOGO DE CENA é um dos melhores filmes que já assisti na minha vida, é simplesmente simples e maravilhoso. Quem não viu vale a pena ver, para conhecer as diversas histórias da vida real dessas mulheres guerreiras e fantásticas. Para quem gosta do gênero, esse filme é de apaixonar. Eu me apaixonei!

A proposta é muito simples: Atendendo a um anúncio de jornal, oitenta e três mulheres contaram suas histórias de vida num estúdio. Em junho de 2006, vinte e três delas foram selecionadas e filmadas no Teatro Glauce Rocha. Em setembro do mesmo ano, atrizes interpretaram a seu modo, as histórias contadas pelas personagens escolhidas. Mas aí é que reside o trunfo deste projeto, pois estamos simplesmente assistindo mulheres contando suas histórias de vida, histórias tristes, dramáticas, poéticas, absurdas e alegres, histórias REAIS. O que teria demais nisso: nada! O maravilhoso é justamente quando Coutinho coloca atrizes para contar essas histórias, e ao mesmo tempo em que assistimos a versão da pessoa que narra e vivenciou a história, assistimos também atrizes contando a mesma história. É ousado, poético, simples e lindo. Mas Coutinho não para por aí não. Ele consegue enganar o espectador quando coloca atrizes desconhecidas do grande público para contar histórias de outras mulheres. Às vezes eu pensava que estava ouvindo a história de sua autora, digamos, mas não, era uma atriz! Que esfacelamento do olhar, que sacada triunfal. Poxa, isso é Brecht, puro distanciamento! O diretor acaba trabalhando justamente sobre detalhes, como o que as pessoas dizem e o que as pessoas são. Ele consegue nos mostrar uma nova construção do olhar, pois quando vejo a Andréia Beltrão (ma-ra-vi-lho-sa como sempre), quando vejo a Marília Pêra, a Fernanda Torres, sei que elas estão contando uma história, sei que são atrizes exercendo suas profissões, e, portanto sei que é ilusão, é cinema, é teatro, é Brecht, mesmo sem uma construção de ficção, elas criam ficção, é metalinguagem, constroem outros que não são elas. Mas por exemplo, a primeira cena é feita pela atriz Mary Sheyla, contando uma estória que ela mesma vivenciou, e ali eu não sei o que é? É ficção, é cinema, é teatro ou é real? Inclusive esta mesma atriz, representa um trecho da tragédia “Gota D’água” de Chico Buarque e me faz “babar”, sério, pois com o mínimo ela consegue o máximo, consegue tudo (temos que pensar sobre isso no teatro), é de chorar a cena e sua história de vida. Mas durante o desenrolar do filme fico pensando, será que ela estava realmente contando a sua história ou estava interpretando a história de outras? É justamente essa a lógica, ou melhor, essa não-lógica do filme, que eu admiro e aplaudo em pé (Soube que quando exibido no Festival de Gramado em 2007, o público realmente aplaudiu em pé, ovacionando o filme). Minha crença foi posta a prova até o limite, “crer ou não crer eis a questão”, se era real ou ficção, mas o que importa é romper com esse limite e embarcar no fluxo das histórias, rir, chorar, ter compaixão das artimanhas da vida, ou da representação, já nem sei mais se eu sou eu, ou se sou um personagem de mim mesmo.  
Nesse jogo, jogamos todos nós. Jogam as mulheres, atrizes ou não com um misto de teatro e cinema, (cinema-teatralizado!), que exige de cada uma a melhor performance. Joga Coutinho que também é um fingidor quando entrevista as atrizes, tentando encontrar o mesmo tom quando entrevistou as mulheres. E jogamos nós, espectadores com a dúvida, a surpresa e o jogo exposto á nossa percepção.
O documentarista Coutinho acaba criando um longa que trata de inúmeros assuntos que vão desde as atrizes comentando o método de memória emotiva de Stanislavski (o mais famoso teórico sobre direção de atores) até a exclusão social, preconceito, e gravidez na adolescência e, principalmente, discussões sobre relações familiares. Muitos depoimentos se confundem, até mesmo as atrizes famosas contam suas histórias e as menos famosas se perdem por entre as anônimas, de forma que nunca temos certeza de quem eram as atrizes e quem eram as entrevistadas. Estas acabam mexendo com as atrizes de maneira que elas nunca conseguem ser indiferentes ao texto.
 Quanto as atrizes, tem as mais conhecidas temos as veteranas Marília Pêra, Andréa Beltrão e Fernanda Torres, que, aliás, tem um dos melhores momentos do longa, insatisfeita com sua interpretação e inconformada em não conseguir alcançar o tom certo da "personagem". Beltrão (que eu admiro e muito, o filme “Verônica” é muito bom), também tem momentos ótimos durante seu depoimento/interpretação, quando começa a chorar no meio da entrevista e, ao final desta, revela que não tinha o choro programado. A busca em seus entrevistados por intimidades, rendem lições, derrotas, amores e vitórias. Ninguém penetra melhor na alma de um entrevistado de forma que a imagem sirva apenas como um elo entre o espectador e os depoentes. O diretor está interessado em seus discursos, que nos atingem com tamanha emoção, incomum ao gênero documentário. Eduardo Coutinho nos proporciona um prazer único: ouvir o cinema.
Jogo de Cena é o décimo longa-metragem de Eduardo Coutinho, um dos maiores documentaristas brasileiros em atividade. Depois de um início de carreira dividido entre a ficção e o documentário, Coutinho optou pelo segundo.  Mais recentemente, iniciou uma fase muito produtiva com a realização seguida de cinco filmes em seis anos: Santo Forte (1999), Babilônia 2000 (2000), Edifício Master (2002), Peões (2004) e O Fim e o Princípio (2005). A solidez do método de Coutinho e sua sensibilidade para ouvir pessoas comuns são fruto de laboriosa reflexão sobre o seu ofício ao longo de inúmeros documentários em vídeo realizados nas décadas de 80 e 90, entre os quais se destacam Santa Marta: Duas Semanas no Morro(1987) e Boca de Lixo (1992).


Thrilher do filme.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

ENTREVISTA DE CLARICE LISPECTOR TV CULTURA - 1977

ENTREVISTA DE CLARICE LISPECTOR A TV CULTURA EM 1977. DIVIDIDA EM 4 PARTES:
PARTE I


PARTE II


PARTE III


PARTE IV

domingo, 26 de setembro de 2010

LISTA BÁSICA DE FILMES PARA ATORES

Amigos do Válvula de Escape, abaixo segue uma lista de filmes indicados para que artistas assistam e se inspirem para as suas criações. Repasso esta lista que a professora Jezebel de Carli repassou na disciplina de Direção da UERGS, mas creio que esta lista vem do Antunes Filho. De um olhada, assista alguns títulos e se estiver faltando algum, entre em contato conosco, ok Boa sessão de cinema.











LISTA DE FILMES:

  • Quando papai saiu em viagem de negócios – Emir Kusturica
  • Antes da Chuva
  • A Festa de Babette – Gabriel Axel
  • Lawrence da Arábia – David Lean
  • Joana Francesa – Cacá Diegues
  • A Bela Tarde – Luiz Buñuel
  • O Terceiro Tiro – A. Hitchcock
  • Morte em Veneza – Luchino Visconti
  • Montenegro, porcos e pérolas – Makavejev
  • O Discreto Charme da Burguesia – Luiz Buñuel
  • O jardim dos Finzi-Contini – Vittorio de Sicca
  • O Ilusionista – Jos Stelling
  • Shirley Valentine – Lewis Gilbert
  • A Comilança
  • À margem da vida – Paul Newman
  • À sombra do vulcão – John Huston
  • Adeus Meninos – Luis Malle
  • Ana e os lobos – Carlos Saura
  • Mamãe faz 100 anos – Carlos Saura
  • Asas da liberdade – Alan Parker
  • Assim caminha a humanidade – George Stevens
  • Atlantic City – Luis Malle
  • Perdas e danos – Luis Malle
  • Atrás daquela porta – Liliana Cavani
  • Estação doçura – Percy Adlon
  • Eduardo II – Derek Jarman
  • O casamento de Maria Braun – Fassbinder
  • O colecionador – William Wyler
  • Os duelistas – Ridley Scott
  • Cria Cuervos – Carlos Saura
  • Crimes do coração – Bruce Beresford
  • Dançando com um estranho – Mike Newell
  • Os deuses malditos – Luchino Visconti
  • A doce vida – F. Fellini
  • O ovo da serpente – I. Bergman
  • O sacrifício – Andrei Tarkovski
  • Paisagem na névoa – Theo Angelopoulos
  • Paris, Texas – Win Wenders
  • A primeira noite de um homem – Mike Nichols
  • Hair – Milos Forman
  • O ano do dragão – Michael Cimino
  • A marca de maldade – Orson Welles
  • Cidadão Kane – Orson Welles
  • Scarface – Brian de Palma
  • Blow-up – Michelangelo Antonioni
  • Busca frenética – Roman Polanski
  • A conversação – F. F. Coppola
  • Repulsa ao Sexo – Roman Polanski
  • O Inquilino – Ramon Polanski
  • Janela Insdiscreta – A. Hitchcock
  • O nome da rosa – Jean Jacques Annaud
  • James Deans, o mito sobrevive – Robert Altman
  • Veludo azul – David Lynch
  • Vítimas de uma paixão – Harold Becker
  • Louco de Amor – Robert Altman
  • Gêmeos, mórbida semelhança – David Cronemberg
  • As quatro estações do ano – Alan Alda
  • Neblina e sombras – Woody Allen
  • Voltar a morrer – Kenneth Branagh
  • Esta estranha atração – Paul Bogart
  • Equinox
  • O viajante – Volker Schlöndorff
  • Coração selvagem – David Lynch
  • Traídos pelo desejo – Neil Jordan
  • O mundo segundo Garp – George Roy Hill
  • Querelle – R. W. Fassbinder
  • Incochina – Régis Wargnier
  • Arizona Dreams – Emir Kusturica
  • Hotel muito louco – Tony Richardson
  • Grand Canyon, ansiedade de uma geração – Lawrence Kasdan
  • A casa dos espíritos – Bille August
  • Short Cuts – Robert Altman
  • Uma noite sobre a terra – Jim Jarmusch
  • Loucos de paixão – Luis Mandoki
  • Matador – Pedro Almodóvar
  • Da vida das marionetes – I. Bergman
  • Um anjo em minha mesa – Jane Campion
  • Pink Floyd, the wall – Alan Parker
  • O baile – Ettore Scola
  • Kafka – Steve Soderbergh
  • Rosa Luxemburgo – Margaretha von Trotta
  • Sammy e Rosie – Stephen Frears
  • Os Imorais – Stephen Frears
  • Sonata de Outono – I. Bergman
  • O sonho de um arquiteto – Peter Greenaway
  • Stroszek – Werner Herzog
  • O tambor – Volker Schlondorff
  • Tampopo – Juzo Itami
  • Trem mistério – Jim Jarmusch
  • O último tango em Paris – B. Bertolucci
  • Yol – Serif  Goren
  • Apocalipse Now – F. F. Coppola
  • Furyo – Nagisa Oshima
  • O iluminado – Stanley Kubrick
  • Bodas de sangue – Carlos Saura
  • Cabaret – Bob Fosse
  • Encouraçado Potemkim – S. Eisenstein
  • O ano que vivemos em perigo – Peter Weir
  • Kaspar Hauser – Werner Herzog
  • Esposamante – Marco Vicario
  • Esse obscuro objeto do desejo – Luis Buñuel
  • A laranja mecânica – Stanley Kubrick
  • Era uma vez na América – Sergio Leone
  • A escolha de Sofia – Alan Pakula
  • O expresso da meia noite – Alan Parker
  • Fanny e Alexander – I. Bergman
  • Fome de Viver – Tony Scott
  • Francês – Graeme Clifford
  • Gritos e sussurros – I. Bergman
  • O homem da linha – Jos Stelling
  • Império do Sol – Steven Spielberg
  • Julia – Fred Zinnemann
  • Lili Marlene – R. W. Fassbinder
  • Mephisto – István Szabó
  • Minha vida de cachorro – Lasse Halstrom
  • Noite do desamor – Tom Moore
  • A noite dos desesperados – Sidney Pollack
  • Nunca te vi, sempre te amei – David Jones
  • A outra – Woody Allen
  • O ovo da serpente – Ingmar Bergman
  •  Lavoura Arcaica - Luiz Fernando Carvalho.
  • Jogo de Cena - Eduardo Coutinho

O ATOR E O CORO - OFICINA COM JEREMY JAMES DO THÉATRE DU SOLEIL


TEPA recebe Jeremy James 
(Théâtre du Soleil de Ariane Mnouchkine, Paris) 
O ATOR E O CORO
Workshop de cumplicidade e criação em grupo
com Jeremy James.
Público: atores, performers e diretores.
Jeremy James é o interprete da personagem Sandra de "Les Éphémères", do Théâtre du Soleil de Ariane Mnouchkine, onde trabalhou durante sete anos. O objetivo deste treinamente é explorar os princípios da criação em grupo no teatro. Baseado na obra e pedagogia de Ariane Mnouchkine, Philippe Gaulier e Monika Pagneux, o workshop enfoca o ator criador e oferece instrumentos para desenvolver uma participação mais efetiva do intérprete na proposição, elaboração e desenvolvimento de novos trabalhos.
<< Os atores são “convidados a serem visionários para dar corpo aos poemas, imagens, visões. É uma tarefa desgastante, uma tarefa atlética para o corpo, a imaginação, o coração e os sentidos”. Ariane Mnouchkine, diretora do Théâtre du Soleil, Paris>>
7 encontros (30 horas): 
de 15 a 21 de novembro (seg das 09 às 16h, ter a sex das 09 às 13h, sáb das 09 ás 15h e dom das 09 às 13h). Investimento: R$ 473,00 com 15 % desconto para pagamento até 03 de novembro (R$ 398,00) na secretaria do TEPA. Inscrições e seleção: será realizado seleção mediante apresentação de currículo e carta de intenção. A ficha de inscrição estará a disposição a partir da próxima semana no site do TEPA. Os interessados devem enviar a ficha de inscrição até 29 de outubro. A lista de selecionados será divulgada dia 02 de novembro. VAGAS LIMITADAS – 20 alunos
Mais informações em breve no site do TEPA.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

MEDICAMENTOS PSICOTRÓPICOS - Processo de Criação do Válvula de Escape


Quem trabalha com arte conhece como funciona um processo de criação: turbilhão de idéias,criatividade (e as vezes a falta de!), confrontos, conforto, loucura, idéias em grandes escalas, tédio, desânimo, alegria, encontros e desencontros, riso, choro, discussões e debates, raiva, iluminações e inspiração...,...,...!!! Num processo de criação de um grupo de teatro, não é diferente, pois tratamos e trabalhamos com a matéria humana, falamos sobre e para homens. Então administrar a loucura de um processo é as vezes muito difícil, e torna-se muito mais difícil quando algum integrante do grupo nos deixa. Foi assim lá no inicio do processo com o Giuliano e com a Maria Eduarda, foi assim com o nosso assistente e figurinista Fabrizio Rodrigues (Que nos confirmou que fará o nosso figurino!!!) e agora na última semana, foi assim com a Adri, que infelizmente teve que nos deixar por motivos particulares, mas que pelo menos ainda tem a possibilidade de retornar no ano que vem (oba!). 
Mas é assim, perdemos algo, mas ganhamos outros, talvez para suprir as perdas e com isso ganhamos mais dois colaboradores, Elton Ambrozí, que nos tem acompanhado com paciência e profissionalismo ímpar e criado uma trilha sonora maravilhosa, executando ao vivo, maravilha, e mais recente ganhamos o André, que não é ator, mas é filosofo, e está nos acompanhando e nos auxiliando na questão filosófica da construção cênica, e o pouco tempo que ele está conosco já pude perceber o quanto as suas colocações tem refletido em nosso processo. Abaixo transcrevo um breve texto que o André me enviou sobre o afastamento da Adri, mas o André foi muito além do simples comentário e teceu um pequeno e intenso texto que enfoca justamente o processo de criação de um grupo. Um olhar de fora, curioso e delicado sobre o fazer teatral que eu carinhosamente intitulei de MEDICAMENTOS PSICOTRÓPICOS.  
  
"ainda que só conheça a Adri a pouco tempo e não tenha participado do processo de criação da peça, quero me solidarizar com essa situação difícil e dolorosa que é o abandono temporário e provisório do grupo e, talvez principalmente, da "Glória" que a Adri criou a partir do seu corpo, da sua imaginação, do seu envolvimento com esse outro fictício q é o personagem literário. O teatro me parece ser mais do que essa atividade de ser outro, ou seja, o fato de que podemos imaginariamente nos projetar dentro dos sentimentos alheios e senti-los tais como eles são sentidos por esse outro; desse modo, o ator constitui seu personagem imaginariamente no lugar de um outro; e me parece ser isso mesmo que o teatro moderno descobriu: que o eu é uma ficção, uma máscara, algo que só existe na relação com o outro que surge no nosso espaço imaginário. Quero dizer também que gostei muito da "Glória" da Adri quando assisti o ensaio aberto da peça e que também nós sentiremos falta. Falo de "nós" ainda que minha participação no grupo seja menor e tímida, algo como um olheiro amador; mas me parece que uma coisa é fato: um grupo tão recente, com todas as dificuldades dos seus participantes em se reunir, composto, na sua maioria, por pessoas jovens e "iniciantes" ainda na arte teatral, já estar com uma peça difícil como essa quase pronta e no caminho certo é motivo de orgulho. Além disso, acho que sei como a Adri deve estar se sentido ao ter que tomar essa decisão, pois também sei o quanto é bom participar, estar junto de pessoas alegres, comprometidas, talentosas e inteligentes; o grupo é uma válvula de escape, mas uma válvula diferente dos medicamentos psicotrópicos que, como dizia a peça dos náufragos, apenas adormecem os dragões interiores sem os matar: trata-se de uma valvula que nos permite assumir nossos sentimentos através desse percurso pelo outro e não pela ignorância e indiferença do que somos e sentimos, pela simples fuga (não estou atacando os remédios que sei quanto são importantes nos tratamentos de doenças psíquicas e isso por experiência própria).
Beijos a Adri e ao restante do grupo,

André Susin
Mestre em Filosofia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

DONA OTÍLIA E OUTRAS HISTÓRIAS

Dona Otília e outras histórias (RJ)
O espetáculo é composto de três textos curtos da autora gaúcha Vera Karam [1959 – 2003]: o primeiro e principal, Dona Otilia lamenta muito, seguido de A florista e o visitante e Dá licença, por favor?. As peças variam entre a tragédia, o absurdo e a comédia, intercaladas pelo monólogo Será que é o contrário a vida da atriz?, em que uma atriz divaga, em um camarim, sobre as metáforas da vida no palco e a realidade. Os textos de Vera Karam mostram uma autora que conhecia muito bem a carpintaria da cena. São gêneros teatrais diversos onde o exercício do ator é radiografado diante da platéia. Drama, comédia, stand-up, teatro do absurdo se apresentam ao espectador, desnudando toda a cena teatral.
Texto: Vera Karam
Direção e concepção artística: Gilberto Gawronski
Elenco: Guida Vianna, Sávio Moll, Letícia Isnard, Gilberto Gawronski

Classificação etaria: 12 anos
Duração: 60 min

Horário: 20 h

21/09 –Montenegro
Local: Teatro Roberto Atayde Cardona (Capitão Cruz, 2150)


Ingressos:
R$.   5,00  comerciários
R$.  10,00 empresários, estudantes, artistas e acima de 60 anos
R$.  25,00 público em geral

-- 
Lucimaura Rodrigues
Agente de Cultura e Lazer
SESC Montenegro
51-3649 3403

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

WILMA & ELZA



"Wilma e Elza" é o resultado de uma pesquisa sobre o universo da velhice, suas manias e neuroses, demonstrando que nem tudo são flores.
Compartilho o resultado da minha primeira direção profissional no teatro, que estreiou em março de 2009 e segue as suas apresentações pelo Estado. No elenco estão as atrizes Tuti Kerber e Rosmeri Lorenzon.

MATTOGROSSO - GERALD THOMAS

La Fura dels Baus



Gostaria de compartilhar este vídeo do La Fura, maravilhoso, performático e provocador!

CPT 25 anos - Antunes Filho

.ENTREVISTA DE EUGÊNIO BARBA PARA O ESTADÃO

O culto da arte de incendiar o palco
O diretor italiano Eugenio Barba, que criou o Odin Teatret, será homenageado hoje em um festival na Bahia e tem seus livros publicados por editoras do[br]País - entre eles, a autobiografia Queimar a Casa
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11 de setembro de 2010 .
Homenageado hoje na terceira edição do Festival Latino-Americano de Teatro da Bahia (Filte) com a apresentação da peça O Castelo de Holstebro, do Odin Teatre, grupo dinamarquês dirigido por ele, o dramaturgo italiano Eugenio Barba, de 74 anos, virou um nome disputadíssimo pelas editoras brasileiras - que, enfim, parecem descobrir o filão teatral, como se verá nestas páginas. A Perspectiva lança esta semana sua autobiografia, Queimar a Casa - Origens de Um Diretor, comovente depoimento em que Barba conta sua infância, passada durante a guerra, e revela como foi perseguido na juventude pela "tara do suicídio" de sua família - ele escapou da síndrome justamente quando se decidiu pelo teatro, renegando outra tradição familiar, a militar (seu pai era fascista e comandou uma legião de camisas negras na África setentrional).
Além da autobiografia, outros lançamentos relacionados ao trabalho de Barba como encenador estão programados. A editora É Realizações coloca brevemente no mercado outro título fundamental do diretor, A Arte Secreta do Ator, e está em negociações para publicar todos os títulos da Icarus, editora ligada ao Odin Teatret. Sobre a autobiografia, Barba concedeu uma entrevista exclusiva ao Sabático, em que explicou seu singular método de trabalho com os atores do Odin e os princípios que orientam a atuação do grupo, criado por ele em 1964, em Oslo, Noruega.
A sede do Odin funciona em Holstebro, Dinamarca, onde também foi instalada há 31 anos a Escola Internacional de Antropologia Teatral projetada por Barba. A prefeitura da pequena cidade Holstebro, ao noroeste da Dinamarca - que empresta seu nome à peça apresentada pelo Odin na Bahia - convidou Barba, ex-aluno do polonês Jerzy Grotowski, a lá instalar seu laboratório teatral em 1966, cedendo uma antiga fazenda ao diretor e uma pequena soma de dinheiro que serviu para arregimentar um elenco multinacional de 18 diferentes países. Desde sua fundação, o Odin já montou mais de 70 espetáculos, apresentados em 63 países, dos quais os mais recentes são O Casamento de Medeia (2008) e o Sonho de Andersen, que passou pelo Brasil há dois anos. O espetáculo levado à Bahia, O Castelo de Holstebro, está sendo apresentado em sua segunda versão (a de 1990), com a atriz Julia Varley - coautora do texto, ao lado de Barba - no papel de um ambivalente ser que abriga duas almas em conflito, uma feminina e outra masculina, num castelo fantasma habitado por personagens de ficção.
Sempre empenhado em pesquisar novas formas de expressão, Barba defende na entrevista um teatro voltado para a interação social com poucos espectadores, dispostos a vencer preconceitos e barreiras linguísticas. Ele mesmo teve de enfrentá-los quando decidiu se estabelecer em Oslo, logo após estudar a técnica indiana do teatro Kathakali, em 1963, e tentar ensiná-la num país escandinavo sem dominar a língua dos noruegueses.
Os atores do Odin não dividem uma língua em comum com seus colegas. A originalidade do grupo, segundo seu criador, "tem sido a capacidade de desenvolver uma linguagem sonora dinâmica que permite um outro tipo de informação que não a verbal".
O senhor começa seu livro revelando que durante anos imaginou um espetáculo que terminasse com um grande incêndio real no teatro. Por que sonhar com espetáculos impossíveis e plantar essa semente como uma possibilidade real? Que sentido ela tem para sua vida?
Antes de mais nada, é preciso lembrar que o impossível é só o possível que leva mais tempo para ser realizado. Um processo criativo pessoal se nutre de imagens, sonhos e necessidades que são frequentemente incompreensíveis até para o próprio artista. Como disse Pascal: a razão da mente não entende as razões do coração.
O senhor nunca se refere à palavra público, explicando no livro que Grotowski recomendava a seus atores que evitassem o coletivo e se dirigissem a um só espectador. Em tempos de espetáculos de massa, em que o teatro chega até a ser representado em estádios, como educar o público?
O público é uma entidade sociológica, que não me ajuda como diretor. O meu objetivo é um espetáculo que estabeleça um diálogo pessoal com cada espectador, um indivíduo com uma biografia e uma expectativa diferente do espectador despreparado. É verdade que muitos teatros pensam em termos de público, mas um dos princípios do Odin Teatret, desde o início, é fazer espetáculos para uma centena de pessoas, no máximo. Quanto menor o número de espectadores, tanto melhor será a eficácia da comunicação. Você mandaria seu filho a uma escola com 20 ou 200 alunos na classe?
A palavra suicídio é várias vezes repetida na introdução do livro, quando o senhor relata essa pulsão como uma espécie de tara familiar. O senhor já ritualizou essa fantasia no palco?
Dostoiévski fazia repetir por meio de seus personagens que a verdadeira pergunta é se vale a pena viver num mundo sem Deus. O suicídio é ao mesmo tempo uma forma de coragem e rebelião. Basta pensar em Jan Palach, o estudante checo que se imolou como protesto à invasão soviética de seu país, em 1969. Ou nos monges budistas, que repetiram esse mesmo ato durante a guerra do Vietnã. O suicídio deve ser visto no contexto em que se insere.
Entre tantos dramaturgos com os quais poderia ter iniciado sua carreira, Brecht parece ter sido uma presença forte quando, no final dos anos 1970, o senhor criou o que ficou conhecido como "antropologia teatral". Como foi para o senhor se livrar do fantasma da composição literária de Brecht e construir a arquitetura desse novo campo de estudos orientada pela estrutura biológica?
A ideia de Brecht, de que o teatro deva ter uma finalidade política, me influenciou, sim, quando comecei a fazer teatro. Isso não quer dizer que nutro especial apreço por sua obra, à exceção de Vida de Galileu e Mãe Coragem. A biografia particular do Odin me fez entender que um teatro político é um teatro que tem, acima de tudo, uma política sua. E qual é a política do Odin? A de que todas as pessoas envolvidas em suas atividades recebam o mesmo salário, permaneçam numa cidadezinha de 20 mil habitantes - não obstante recebam ofertas de trabalho em grandes capitais - e representem para um número limitado de espectadores, tudo isso para criar um ambiente cultural em que teoria, espetáculo, pedagogia, trabalho em comunidade e pesquisa intelectual sejam possíveis.
Ao contrário de Pasolini, que queria construir um teatro da palavra, o senhor parece atraído por um lado menos racional do teatro, o que chama de sua "face negra", a experiência do desconcerto e da desordem. Como aplica seu método para provocar o caos e depois administrar as reações de espectadores que o senhor não conhece?
O modo de formular os próprios métodos de trabalho e os objetivos dependem das pessoas com as quais trabalhamos e das condições materiais. Os atores do Odin são originários de vários países, não têm uma língua em comum com seus colegas ou espectadores. A originalidade do Odin tem sido a capacidade de desenvolver uma linguagem sonora dinâmica que permite um outro tipo de informação que não seja a verbal. É impossível prever as reações de espectadores de diversos países, mas concluímos que uma situação arquetípica sempre provoca impacto na plateia: magoar uma criança, mostrar violência contra as mulheres, proteger um indefeso ou recriar situações de humilhação ou de paixão - essas são, afinal, experiências que todos nós experimentamos.
Sua formação se deu num tempo em que surgia o teatro subterrâneo de Jean Genet, as provocações de Peter Brook e do Living Theatre, manifestações que, em parte, devem algo a Jean Rouch e Le Maîtres Fous, sua etnoficção realizada em 1955. O rito filmado por Rouch afetou sua vida como encenador?
O termo rito tem dois significados opostos. O primeiro é o de ritual religioso, uma comunicação com uma entidade superior. O segundo é usado pelos estudiosos do comportamento animal, que falam do rito de aproximação e cópula entre macho e fêmea. Nesse caso, rito significa comportamento formalizado. Sem dúvida, o teatro é um rito por pressupor toda uma série de convenções e comportamentos formalizados.
Grotowski teve uma influência grande sobre seu método de preparação do ator, ao dirigir sua companhia como se estivesse celebrando um ritual sagrado, xamanístico. Qual é a sua relação com rituais religiosos e como a ideia do sagrado evoluiu depois do seu espetáculo Ferai, livremente inspirado na Bíblia?
Vi muitos rituais religiosos, mas eles não foram de muita utilidade para minha formação. A missa católica, a cerimônia de candomblé, o ritual xamanístico podem, enfim, conter muitos elementos espetaculares, mas constituem essencialmente uma comunicação vertical com a esfera do sacrum, do divino. O teatro, porém, é uma comunicação horizontal dirigida a um grupo de espectadores que não dividem as mesmas crenças ou visões de mundo. Para mim, um verso da Bíblia tem um valor sugestivo, não teológico, exatamente como um fragmento dos Cantos de Ezra Pound ou de uma poesia de Brecht. Ou seja, não os uso porque esteja de acordo com a ideologia fascista do primeiro ou com a marxista do segundo autor. Esses textos são apenas pontos de partida para uma improvisação, um impulso para alimentar a imaginação dos atores. A analogia com a linguagem musical levou à criação de uma "partitura" que guia os atores do Odin Teatret. O senhor também recorre à narrativa fabular para construir seus espetáculos. Em que medida a autonomia da dramaturgia dos atores não é contaminada pela literatura e pela composição musical?
O Odin tem feito seus espetáculos partindo de experiências teatrais. Para isso recorremos a novelas, fábulas, biografias e até livros científicos. Em algumas ocasiões, são os próprios atores que criam o tecido verbal da narração cênica; em outras, sou eu mesmo e outro ator que respondemos pelo texto. O termo "partitura", que foi usado por Stanislawski, indica ao Odin Teatret a precisão eficaz da ação desempenhada, a precisão de um cirurgião que deve ter o ator.
Seu pai foi um militar fascista e seu avô um autoritário almirante. O senhor mesmo foi obrigado a frequentar um Colégio Militar. Como fez para se livrar dessa mentalidade bélica que faz parte da tradição familiar?
Os seres humanos são fascinantes justamente por serem misteriosos em sua incoerência. Meu pai morreu quando eu era criança e lembrar dele já adulto resvala num sentido de proteção e vulnerabilidade quando confronto sua figura. Meu avô, um verdadeiro patriarca, sempre me transmitiu uma certa segurança e me apoiou em todos os meus projetos, mesmo os mais radicais - por exemplo, o de emigrar para a Noruega quando tinha apenas 18 anos.
O primeiro espetáculo que o senhor dirigiu está completando 45 anos, Ornitofilene, de 1965. Como o senhor remontaria hoje essa assembleia democrática em que cada espectador podia se expressar votando e até escolhendo fisicamente os atores que queria seguir? O senhor vê futuro para a democracia no mundo?
Sou incapaz de imaginar como realizaria hoje meu primeiro espetáculo. Acreditava piamente que o mundo tinha um futuro. Não seria capaz de imaginar, assim como meu avô não imaginava, como seria o mundo de hoje. Mas os seres humanos souberam superar as tragédias mais aterrorizantes. Pense na peste negra da Idade Média europeia, que eliminou um terço da população. Parecia o fim de uma civilização, mas dali surgiu um novo impulso e uma nova energia. Quando à democracia, são os cidadãos que a tornam concreta, não os políticos. É o modo como esses cidadãos se organizam para defender e proteger a diversidade que decide o valor dessa palavra.
Vários diretores e dramaturgos foram atraídos para o cinema, até mesmo Edward Bond, roteirista de Blow Up, de Antonioni, e autor da peça Narrow Road to Deep North, que o senhor montou. Qual é sua relação com o cinema? Tem planos de fazer um filme?
 Teatro e cinema são dois saberes diferentes. Levei meio século para dominar o artesanato teatral. É tarde demais para o cinema. Deixo-o para a minha próxima vida.




Postado por Diego Ferreira

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

LARVÁRIAS: Comunicação e desrazão.

Máscaras Larvárias são rostos inacabados, formas simplificadas da figura humana, que remetem ao primeiro estado dos insetos. Fazem parte do grupo de Máscaras inteiras e silenciosas que não permitem a voz, mas exprimem a essência da palavra falada através das ações. Podem ser jogadas tanto pelo lado animal quanto pelo humano. Têm um jogo largo, normalmente orientado pelo nariz.
Na 4ª feira, pós-feriado, assisti novamente ao LARVÁRIAS que esteve em Montenegro. O espetáculo coloca em cena seres meio bicho, meio homem-mulher, meio branco, meio preto, meio vermelho. Para mim tudo está muito ligado a natureza, ao primitivo e das imagens que ficam, o que guardo é que aqueles seres queriam é se comunicar, um com o outro, com o espaço e com os outros, neste caso a platéia. Um espetáculo em que cada espectador cria o seu próprio entendimento, buscando em seus referenciais para fazer a sua leitura, tramar a sua história, ou melhor, várias histórias. O difícil é encontrar palavras para expressar o impacto emocional que Larvárias provoca. As vezes, tinha a sensação de que aquelas máscaras falavam por si só, ou melhor, pareciam que elas alteravam as suas expressões, mas o que alterava eram os corpos dos atores, através de movimentos, ora imperceptíveis, ora bruscos, ora partiturizados. Mas não, a fisionomia das máscaras não se alterava, mas sim, a nossa imaginação, que estava se comunicando com aqueles seres, brincando junto com os atores. Quando adentramos no espaço, nos deparamos com o universo branco, quando o espetáculo inicia vemos a delicadeza da linguagem, o refinamento dos gestos, convertido em encantamento imediato.
 Sabemos que os atores-diretores fizeram especialização na França com o Lecoq e o Gaulier, e isso lógico que se reflete no espetáculo, que é pura técnica, mas não só a técnica pela técnica, mas sim a técnica pela emoção, pela desrazão e pela magia que toma conta de todos nós. Cenas belíssimas, principalmente a que encerra o espetáculo. Espetáculo de risco, pois da outra vez que estivem em Montenegro, pude experimentar as máscaras larvárias, e percebi o quanto é difícil enxergar, primeiramente, quanto mais se deslocar, e os atores fazem isso com maestria, como numa grande partitura de ações. Fui novamente para rever o Adriano, que da outra vez fez a peça com o pé machucado, estava de muletas, mas fez mesmo limitado, mas desta vez ele(s) arrasaram de novo. O espetáculo está fazendo turnê pelo Rio Grande no Palco, dentro do abençoado Arte Sesc Cultura por toda a parte. Só queria deixar registrado o enorme prazer de rever Larvárias.  



Larvárias* retrata os aspectos delicados e graciosos do cotidiano, seu humor e poesia. De um imenso mundo branco, surgem máscaras-larvas em diferentes estados e formas: figuras intermediárias que contêm o homem e o bicho, que não estão resolvidas em características humanas, mas que também não são animais. O espetáculo fala dos encontros e desencontros destes seres - seus atritos, confusões, equívocos e aproximações, ampliando o mundo fenomenal que envolve o contato entre eles. A ambientação da cena - através dos recursos da música, luz, cenário e figurino, aponta em direção aos eternos, sábios e perenes movimentos do universo, revelando que junto ao gesto diário está o movimento das marés, das estrelas, dos planetas: realidades paralelas e tangentes que, numa explosão de sensibilidade mútua, podem se inter-relacionar.
*Larvárias é um espetáculo inspirado na estética das máscaras do Carnaval de Basel (Suíça), introduzidas no universo teatral na década de 60 pelo francês Jacques Lecoq, e depois incorporadas na pesquisa de outras escolas - como a École International Philipphe Gaulier. Estes mestres desenvolveram princípios técnicos para sua utilização no espaço cênico.
 [ficha técnica]
Direção e Roteiro: Daniela Carmona
Diretora Asistente: Adriane Mottola
Composição Musical: Fábio Mentz
Atuação: Adriano Basegio e Daniela Carmona

















Postado por Diego Ferreira


quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Exposição Voom Portraits integra atrações do Em Cena


A aclamada exposição Voom Portraits, do multiartista Robert Wilson, conhecido por suas técnicas de iluminação e cenários no teatro americano está dentro das atividades culturais propostas pelo 17º Porto Alegre Em Cena. É composta por vídeo-retratos em alta resolução de celebridades como Brad Pitt, Jeane Moureau, Robert Downey Jr, Dita Von Teese, Willem Dafoe, Isabella Rossellini, Johnny Depp, Salma Hayek e Winona Ryder que posaram quase imóveis para as câmeras da Voom HD Network. 

Trata-se de um encontro entre fotografia, filme, literatura e som, uma linguagem de movimentos mínimos, gestos coreografados e coordenação precisa. Inaugurada ontem, 8, no Santander Cultural, Voom Portraits é sucesso em Nova York e nas cidades por onde está passando nesta turnê internacional. Para quem assim como eu não poderá aproveitar as variadas atrações do Poa em Cena, terá a chance de conferir esta exposição até o dia 5 de Dezembro. Além da exposição, Bob Wilson estará apresentando ainda a peça " HAPPY DAYS" de Samuel Beckett.  

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

ESTÁ CHEGANDO MAIS UM PORTO ALEGRE EM CENA!


As cortinas para o 17º Porto Alegre Em Cena, um dos maiores festivais de teatro da América do Sul, abrem-se hoje à noite, 8, com o espetáculo Alkohol, de Goran Bregovic, às 21h, no Teatro do Bourbon Country (rua Túlio de Rose, 80). Até o dia 27 de setembro, serão apresentados nos palcos da Capital 70 espetáculos, dos quais 25 internacionais, 30 nacionais e 15 do Rio Grande do Sul. Hoje acontecerá a abertura oficial do festival com Goran Bregovic. Além de Goran Bregovic, alguns dos mais respeitados encenadores e artistas estarão reunidos na cidade para o festival: Bob Wilson, com sua montagem de “Happy Days”, de Samuel Beckett; o lituano Eimuntas Nekrosius apresentando, de Dostoievski, o célebre romance “O Idiota”; Ute Lemper cantando um repertório em que figuram desde os clássicos do cabaret alemão até Nick Cave; Goran Bregovic e sua incrível orquestra num repertório báltico desbravador; “Antígonas”, uma montagem argentina estrelada por Ingrid Pelicori; a cantora portuguesa Maria João e o pianista Mário Laginha, juntos, no lançamento de “Chocolate”; Enrique Diaz com a premiada “In on It”; os gaúchos Paulo José, e a sensível encenação de “Um navio no espaço ou Ana Cristina César”, e Gilberto Gavronski, com “Dona Otília e outras histórias”, de Vera Karam; Adriana Calcanhotto e Marcelo Jeneci, com “Partimpim Dois” e “Feito para acabar”.


MINHAS APOSTAS:
O Idiota - Lituânia - Rever Nekrosius é sempre bom!!!
Final de partida - Venezuela - Beckett para questionar.
Happy days - Itália - Bob Wilson + Beckett = !!!!

Kabul - RJ 
Navalha na carne - SP 
 Dentro fora
Dar carne à memória
Elefantilt






Além do Brasil, os países presentes nesta edição são França, Lituânia, Japão, Portugal, Espanha, Suíça, Alemanha, Itália, Venezuela, Argentina e Uruguai. Os estados brasileiros representados com espetáculos este ano são Amazonas, Ceará, Pernambuco, Tocantins, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul. 

Ingressos – 
O ingresso custa R$ 20, com 50% de desconto para estudantes, professores, classe artística, Clube do Assinante ZH (titular e acompanhante), funcionários da prefeitura, clientes e força de trabalho da Petrobras e da Caixa Econômica Federal, clientes Zaffari/Bourbon, clientes da NET mediante apresentação da fatura, funcionários da NET, funcionários da Braskem, funcionários da Eletrosul, funcionários das Lojas Colombo e pessoas com mais de 60 anos. Informações na Coordenação do Porto Alegre Em Cena pelos fones (51) 3232-1652 ou (51) 3235-1120.