sábado, 4 de agosto de 2012

O AMOR É UMA FALÁCIA - Comentário Crítico




"O amor é uma falácia" do Ateliê do Comediante de Santa Maria trouxe ao Montenegro em Cena um arrojado espetáculo baseado na obra de Max Shulman. Arrojado porque consegue construir um trabalho que coloca o ator no centro da cena, e os atores conscientes disso, aproveitam cada segundo que estão no palco, seguros e plenos, corretos em todos os sentidos, respeitando os tempos, as pausas a respiração. O espetáculo é uma ode ao trabalho do ator, um exercício que abomina todo e qualquer tipo de recursos, demostrando que é possível construir um espetáculo interessante apenas com uma luz básica, a utilização de lanternas, a ausência de trilha sonora, e o fundamental: a presença do ator.  André Assmann, Luciano Gabbi e Raquel Guerra que juntamente com Laédio José Martins fazem do despojamento o seu grande triunfo, conseguindo através disso construir uma cena limpa, sendo possível ao espectador acompanhar a trama de forma tranquila, assim como os atores a contam, de um modo tranquilo e isto possibilita a compreensão das ações dramatúrgicas do inicio ao fim. 
Além de todas essas escolhas certas, a peça acaba ganhando um tom didático, no bom sentido, pois explicita o conceito de falácia, além de nos dar vários exemplos, que dão a tônica cômica ao trabalho. 
A direção foi muito feliz em todas as escolhas, o trio de atores é ótimo, mas vou ter que destacar e parabenizar a magistral atuação de André Assmann que confere a sua segura interpretação um minimalismo impressionante, correto no texto e dicção e disponibilidade corporal que Luciano também demostra. Já a personagem de Raquel é carismática e é o eixo da trama e ganha o público principalmente pelo bordão "bacana".
  
FICHA TÉCNICA
Atuação:
André Assmann (Max)
Luciano Gabbi (Petey Bellows)
Raquel Guerra (Polly Espy)

Direção e Técnica: Laédio José Martins

Diego Ferreira - Comentador Crítico do Montenegro em Cena


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